17 março 2009


O livro 'Jamie at Home', de Jamie Oliver, tem uma série de receitas interessantes, com produtos cultivados em casa (bom, pelo menos para quem tem a sorte de poder cultivar produtos em casa). No fim-de-semana não resisti a experimentar esta tarte de maçãs e amoras, com custard (uma espécie de leite-creme) a acompanhar. Vale a pena experimentar, a tarte fica óptima. A receita é a do livro, embora com algumas adaptações.

Ingredientes
Para a massa:
500g de farinha
100g de açúcar em pó
250g de manteiga
raspa de 1 limão
2 ovos grandes
leite

Para o recheio:
50g de manteiga
100g de açúcar
2 maçãs reinetas
4 maçãs fuji
200g de amoras
1 raiz de gengibre
1/2 chávena de açúcar (para o xarope de gengibre)
1 ovo grande, batido
canela

Para o custard:
250ml de leite
250 ml de natas
3 colheres de sopa de açúcar
extracto de baunilha
4 gemas de ovo


Preparação:

Para preparar a massa, faça um monte com a farinha sobre a bancada e deite por cima o açúcar. Corte a manteiga em cubos e misture-os com a farinha e o açúcar, usando as mãos até obter uma mistura arenosa fina. Junte a raspa de limão. Bata os 2 ovos e junte-os à mistura, trabalhando a massa até ligar e obter uma bola. Enfarinhe-a ligeiramente - não é necessário (nem desejável) trabalhar demasiado a massa. Enfarinhe a bancada para que a massa não pegue e vá alisando-a com as mãos obtendo uma forma arredondada. Embrulhe em papel aderente e leve ao frigorífico por pelo menos meia hora.

Entretanto, prepare o recheio: corte as maçãs reinetas em 16-avos e as maçãs fuji em oitavos. Num tachinho pequeno coloque o gengibre cortado em pedaços, juntamente com uma chávena de água e a meia chávena de açúcar. Leve a lume brando até o açúcar ser totalmente absorvido e a água obter uma consistência xaroposa. Reserve.

Coloque noutro tacho a manteiga e o açúcar e leve a lume médio. Quando a manteiga tiver derretido junte as maçãs e cerca de uma colher de sopa de pedaços de gengibre retirados do xarope, bem como uma colher de sopa do próprio xarope (pode guardar o restante para receitas futuras). Tape o tacho e deixe cozinhar em lume brando por cerca de quinze minutos. Nessa altura, junte as amoras, mexa e cozinhe destapado por mais cinco minutos.

Unte uma forma de tarte com manteiga. Retire a bola de massa do frigorífico, corte-a ao meio e, com a ajuda de um rolo da massa, estique uma das metades até obter uma base redonda com cerca de 1cm de espessura. Coloque-a no fundo da forma, ajuste a massa aos bordos, corte o excesso e pincele os bordos da massa com o ovo batido. Deite a fruta num passador, por forma a separar a calda que se formou no tacho - reserve a calda. Deite a fruta sobre a massa, espalhando-a por toda a base mas fazendo um pequeno monte mais alto no centro. Deite metade da calda sobre a fruta. Finalmente, estenda a segunda metade da massa da mesma forma que a primeira e coloque-a sobre a tarte, fechando-a. Corte novamente o excesso e ajuste os bordos por forma a que se juntem ao bordo da massa da base. Faça uns golpes no centro da massa com uma faca, pincele com ovo batido e polvilhe com açúcar e canela, a gosto. Leve a forno pré-aquecido a 180º por cerca de 55 a 60 minutos (ou até estar dourada).

Finalmente, o custard: num tachinho misture o leite, as natas, 2 colheres de açúcar e umas gotas de extracto de baunilha. Leve ao lume até levantar fervura, retire e deixe arrefecer um pouco. Entretanto, com uma vara de arames, mexa numa taça as gemas com a restante colher de açúcar. Junte um pouco da mistura de leite, mexendo sempre para não ganhar grumos. Continue a deitar o leite, pouco a pouco, sem deixar de mexer. No final, volte a deitar a mistuar no tachinho e leve a lume brando (continuando sempre a mexer) durante alguns minutos, até engrossar ligeiramente e ficar com aspecto brilhante e de forma a cobrir o fundo de uma colher. Retire do lume e coloque no frigorífico.

Sirva a tarte ainda quente, acompanhada com uma ou duas colheradas de custard e algumas amoras a enfeitar.

15 março 2009


A vantagem dos ravioli caseiros face aos de supermercado é a possibilidade de inventar qualquer recheio que nos apeteça, até porque infelizmente os de supermercado parecem estar eternamente limitados aos recheios de ricotta e espinafres ou carne... No caso desta receita fiz um recheio muito simples, de alheira e espinafres, mas que resulta muito bem. É um prato fácil, mas nem por isso menos saboroso.


Ingredientes:
300g farinha
4 ovos
2 alheiras
150g espinafres
3 dentes alho
azeite (p/ massa e p/ espinafres)
50g manteiga
queijo parmesão


Preparação:
Comece por colocar as alheiras num pirex e leve-as ao forno a 200º durante 20 a 30 minutos, até estarem assadas (o meu truque é esperar que rebentem - nessa altura costumam estar no ponto!...). Entretanto, coza também os espinafres num tacho com água, sal, os dentes de alho laminados e um fio de azeite.

Enquanto espera, prepare a massa: faça um monte com a farinha numa bancada limpa e abra uma 'cratera' no topo. Deite três dos ovos na 'cratera', junte um fio de azeite, e comece a misturar, misturando a farinha com os ovos de fora para dentro. Continue sempre a misturar - de início parece que nada está a ligar, mas passado algum tempo a massa começará a ficar com um belo aspecto. Caso comece a pegar à bancada, junte um pouco mais de farinha. Amasse até ficar com uma bola.

Prepare a máquina de estender massa (caso não a tenha, pode estender com um rolo da massa, mas aconselho vivamente a máquina - é bem mais prática e menos trabalhosa do que o rolo...). Parta a bola de massa em duas metades, estenda uma das metades com a mão, até ficar suficientemente fina para passar nos rolos da máquina. Enfarinhe-a e passe pelos rolos com a abertura máxima. Mude para a abertura seguinte e volte a passar a massa. Repita esta operação mais umas 4 ou 5 vezes, para que a massa fique mais fácil de trabalhar. Agora passe-a por cada uma das aberturas da máquina, fechando sempre uma abertura de cada vez, até à abertura mínima. No final obterá uma comprida folha fina de massa. Corte-a ao meio e deixe as metades a repousar. Repita todo o processo com a outra metade da massa, obtendo assim quatro tiras de massa.

Assim que as alheiras estiverem prontas, retire-as do forno. Retire-lhes a pele e deite o recheio para dentro de uma picadora. Junte os espinafres cozidos e triture tudo até obter uma pasta homogénea. Estenda uma das folhas de massa sobre a bancada (enfarinhe bem a bancada!!) e, com a ajuda de uma colher ou de um saco de pasteleiro (pode usar um saco de plástico de congelar com a ponta cortada) faça montinhos de recheio espaçados na folha. Bata o ovo que restou e use-o para pincelar a folha de massa. Pegue noutra folha e coloque sobre a primeira, ajustando bem a massa em torno dos montinhos de recheio, por forma a não ficarem bolhas de ar. Corte os raviolli com uma faca ou um corta-massa. Reserve-os e repita a operação com as restantes duas folhas de massa.

Leve uma panela grande com água e sal a lume bem forte e espere até que esteja a ferver. Deite os raviolli e coza por 2 a 3 minutos. Retire-os da panela, escorrendo bem e reserve. Entretanto leve uma frigideira ao lume com a manteiga. Assim que esta esteja derretida, deite-lhe alguns raviolli (tente não sobrepô-los) e polvilhe com o parmesão ralado. Não deixe ficar mais que alguns segundos - passe os raviolli para um prato de servir. Repita com os restantes e leve à mesa imediatamente.

12 março 2009

Descobri um faisão congelado numa grande superfície. Nunca tinha provado, pelo que decidi investir naqueles 600 gramas de ave depenada. Ansioso, deixei descongelar de manhã decidido a fazer valer toda uma tarde de tempo dedicada a tamanha iguaria. Sentia o pulsar da expectativa elevada, e o medo de estragar tudo e perder os aromas do faisão no meio dos temperos e acompanhamentos. Optei por uma preparação muito lenta, como podem ler.

Ingredientes para 4 pessoas:
50 ml de azeite
2 dentes de alho
1 cebola média
2 talos de aipo
1 cenoura
300 ml de vinho branco
8 bagas de pimenta de cayenne
200 g de cogumelos frescos
1 faisão de 600 g
Sal q.b.

Preparação:

Na boca mais pequena do fogão, e usando um tacho alto, puxe o azeite com os alhos esmagados com faca. Leve o faisão inteiro a alourar por 7 a 8 minutos. Retire o faisão e os alhos. Leve a cebola picada a alourar. Junte o aipo e a cenoura, ambos em rodelas finas. Junte o sal. Acrescente os cogumelos fatiados e deixe estufar algum tempo em lume brando. Deite as bagas de pimenta, esmagadas com a faca, e metade do vinho branco. Suba o lume até ter uma leve fervura e junte o faisão, inteiro. Baixe para o mínimo e deixe tapado. Vigie de meia em meia hora, e junte o resto do vinho quando lhe parecer que está a ficar mais seco. Puxe fervura e reduza novamente para o mínimo, deixando tapado.

Ao fim de 3 a 4 horas (depende do fogão) acerte os temperos e terá um faisão completamente tenro, a carne a despegar dos ossos. Separei a carne, que envolvi no molho do fundo do tacho e servi. Eu adicionei alguma manteiga ao molho, mas não vale a pena. Deixei assim aquela gordura que se vê na foto, sem necessidade.

Para minha grande tristeza, o faisão sabia a… frango de aviário. Estes faisões devem comer da mesma farinha de engorda. E no entanto, estava saboroso – não que a carne tenha ajudado, mas a preparação lenta assim o permitiu. Sendo tudo de aviário, experimentem com frango, que é muito mais barato e sabe ao mesmo.

10 março 2009

Não sou muito dado a doces, mas esta tarte é soberba. Nunca tive um doce tão elogiado. O texto é grande mas não se iludam – é fácil de preparar, talvez das coisas mais simples no grandioso livro de Thomas Keller – The French Laundry cookbook.
Houve alguma aflição de última hora, enquanto recalculava mentalmente as indicações dadas em medidas estranhas como taças e onças, mas lá me entendi e resultou muito bem. Em vez do creme meloso de mascarpone recomendado no livro, fiz um ragôut de frutas silvestres, também ele muito simples e de grande impacto.

Ingredientes para uma tarte:

Para a massa de pinhões:100 g de pinhões
20 g de açúcar
150 g de farinha
90 g de manteiga sem sal, à temperatura ambiente
1/2 ovo batido
1 colher de café de extracto de baunilha, ou um pouco menos.

Para o sabayon de limão:
2 ovos grandes, frios
2 gemas de ovo, frias
120 g de açúcar
80 ml de sumo de limão (sumo de 1 limão grande e sumarento)
90 g de manteiga sem sal

Para o ragôut de frutas silvestres:80 ml de açúcar
40 ml de água
100 g de amoras
150 g de morangos ou framboesas


Em sequência, faça a massa e leve ao forno e retire, faça o sabayon e deixe a tarte arrefecer por 2 a 3 horas, e antes de servir faça o ragôut de frutos silvestres.

Preparações:

Massa de pinhões:
Moa levemente os pinhões num triturador. Junte a farinha e o açúcar e triture para moer bem os pinhões. Deite a mistura numa taça e junte a manteiga amolecida, o meio ovo (aproveite o resto do ovo para enriquecer o sabayon) e o extracto de baunilha e misture bem. Adicione alguma farinha se precisar. Embrulhe em filme plástico e leve ao frio por 10 minutos para ser mais fácil de trabalhar. Espalhe a massa numa forma de tarte, deixando rebordos altos e grossos.
Leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC por 20 minutos ou até dourar bem a massa. Deixe arrefecer enquanto faz o sabayon.

Sabayon de limão:Prepare todas as quantidades necessárias. Leve água a ferver (2 dedos de altura) numa panela larga e baixa. Numa taça metálica, bata os ovos e o açúcar. Leve a banho-maria e bata com a vara de arames durante pelo menos 2 minutos, até ter uma espuma cremosa e consistente. Junte 1/3 do sumo de limão, e continue a bater por mais 2 minutos. Repita até esgotar o sumo de limão. Ao fim de 8 a 10 minutos terá uma mistura espessa, em amarelo claro. Retire a taça metálica do banho-maria e junte pouco a pouco as fatias finas da manteiga, batendo sempre com as varas de arame. O calor e as varas de arames irão incorporar a manteiga, finalizando o sabayon.

Pré-aqueça a grelha do forno. Deite o sabayon quente na tarte e leve ao forno, no nível mais próximo da grelha, apenas para dar um bonito tom de amarelo-torrado à tarte. Nunca deixe de observar a tarte nesta fase – há um breve instante em que a tarte fica no tom certo e mais 30 segundos podem queimar em demasia.

Reserve por 2 a 3 horas para que o sabayon consolide.

Ragôut de frutos silvestres:Prepare uma calda com o açúcar e a água, deixando ferver por 3 a 4 minutos. Junte as frutas. As amoras e framboesas vão inteiras, os morangos devem ser cortados. Envolva as frutas na calda por 1 a 2 minutos, criando uma calda colorida e espessa.

Sirva uma fatia de tarte com 2 ou 3 colheres de sopa de ragôut. Delicioso. Mesmo muito delicioso.

03 março 2009

Foi há muitos anos. Chamava-se Federica, e era tudo o que imaginamos numa italiana – bonita, de longos cabelos negros, esbelta, e dona de um enorme sorriso. Éramos estudantes em Lisboa e ela convidou-me a almoçar num fim-de-semana em casa dela. Fui, entusiasmadíssimo, como se pode imaginar. O almoço era… spaghetti al radicchio, e foi assim que aprendi a receita, e mais não se conta. O radicchio – a couve-roxa – vai ao lume com muito azeite por longos, longos minutos até ficar mole e serve-se com esparguete. Simples e saboroso.


Ingredientes para 4 pessoas:

400 g de couve-roxa
300 g de esparguete
150 ml de azeite
2 dentes de alho
Sal e pimenta q.b.

Preparação:
Corte a couve-roxa em fatias muito finas com uma faca comprida, ou use uma fiambreira, se tiver. Aqueça o azeite numa frigideira larga com os alhos esmagados. Deite a couve-roxa e deixe cozinhar em lume brando por 30 a 45 minutos, até amolecer. Coza o esparguete em água abundante e salgada. Escorra e misture a couve com o esparguete. Tempere com sal e pimenta. Sirva de imediato.

O resultado é um esparguete untuoso, intercalado por tiras adocicadas de couve-roxa. Muito guloso. É um prato que surpreende muito pela positiva. Experimentem pelo menos uma vez.

23 fevereiro 2009

Estive para chamar bruschetta a este pequeno divertimento, mas não segui os preceitos oficiais de uma bruschetta, e portanto é apenas uma torrada. De sabores fortes, que borrego, hortelã e queijo da ilha não são para todos. A ideia nasceu de um improviso, estava eu a fazer um caldo de carne. A trilogia de alho francês, cenoura e cebola já estava a cozer, temperada de azeite, sal, pimenta esmagada e louro, e eu queria juntar-lhe uns ossos para apaladar. O pedaço de perna de borrego que estava no frigorífico vinha a jeito mas tinha de me livrar da carne… nasceu esta ideia.

Ingredientes para 4 pessoas:
200 a 300 g de carne de borrego
6 a 10 folhas de hortelã
6 grãos de pimenta preta
1/2 colher de café de sal
2 colheres de sopa de azeite
Queijo da ilha ralado ou em raspas

Preparação:


Fatie finamente a carne de borrego, como que para um carpaccio. Num almofariz, pise a hortelã com o sal e a pimenta. Junte o azeite e a carne e vá pisando suavemente, misturando bem os temperos.

Faça 4 torradas de pão alentejano, no forno, para terminarem de torrar em simultâneo. Barre com manteiga.

Leve um wok a lume forte. Quando estiver bem quente, deite a carne de borrego e cozinhe mexendo energicamente por 1 minuto, até a carne parte da cor rosácea. Deite a carne por cima das torradas e raspe ou rale o queijo da ilha generosamente, para fundir na carne.

Sirva de imediato, como entrada. Deixo o alerta que o borrego e a hortelã casam muito bem, mas apenas para quem gosta destes sabores…

08 fevereiro 2009


Uma tarte de maçã simples e rápida de preparar. Fica leve, pouco doce, e saborosa - ideal para estes fins-de-semana mais caseiros.

Ingredientes:
1 base de tarte em massa quebrada
3 maçãs
1 colher de sopa de açúcar para enfeitar
canela

Para o creme de pasteleiro:
200ml leite
2 gemas de ovo
40g de açúcar
1,5 colheres de sopa de farinha
1,5 colheres de sopa de amido de milho (maisena)
10g de manteiga
extracto de baunilha


Preparação:
Prepare primeiro o creme de pasteleiro (usei esta receita, do Happy Home Baking): leve o leite a aquecer em lume brando até ferver - retire do lume e reserve. Deite as gemas numa taça, junte o açúcar, e bata com uma vara de arames até clarear e engrossar. Deite a farinha e o amido de milho e continue a mexer até ficar um creme suave. Junte o leite a pouco e pouco, mexendo sempre para evitar que forme grumos. No final, passe por um passador para um tacho e aqueça em lume brando, mexendo sempre com a vara de arames até começar a ferver. Espere mais um minuto, sem parar de mexer, até engrossar. Retire do lume, junte a manteiga e a baunilha e misture bem. Tape com uma folha de papel aderente e deixe arrefecer.

Aqueça o forno a 200º. Enquanto espera, coloque uma folha de papel vegetal sobre a forma que vai usar e aplique a massa quebrada por cima, ajustando-a bem à forma. Corte o excesso de papel. Leve ao forno durante cerca de 8 minutos, com alguns feijões (ou grão) por cima para fazer peso e evitar que a massa suba. Retire do forno e espalhe o creme de pasteleiro por cima (se estiver demasiado espesso, mexa-o primeiro com uma colher para que seja mais fácil de espalhar). Entretanto corte as maçãs em gomos finos e coloque-as sobre o creme de pasteleiro, em círculos. Polvilhe com a colher de sopa de açúcar e espalhe canela a gosto.
Leve ao forno até estar no ponto.

05 fevereiro 2009


As bombocas de morango são provavelmente dos doces mais emblemáticos da minha infância. Lembro-me que durante uns anos recebia sempre uma caixa de bombocas pelo Natal - e lembro-me da delícia que era comê-las, quebrando primeiro o chocolate no topo, depois lambendo o recheio e comendo até chegar à bolacha final. Quando uma colega me enviou uma receita de bombocas não resisti a experimentar. No entanto, e como entretanto comprei também algumas formas para fazer bombons caseiros, resolvi fazer uma espécie de dois-em-um e inventar assim estes bombons de bomboca. Resultaram bem - o sabor é semelhante às bombocas originais e o tamanho pequeno ajuda a não ficar com demasiados remorsos ao comê-las...


Ingredientes (para cerca de 20 bombons pequenos):
3 claras
150g de açúcar em pó (a receita indicava 250g, eu fiz com 200 e ainda assim achei muito doce, daí sugerir 150g)
1/2 pacote de gelatina de morango
200g de chocolate para cobertura
wafers de baunilha
forma para bombons arredondados


Preparação:
Deite as claras numa tigela funda e bata-as em castelo. Quando começarem a estar firmes comece a deitar o açúcar a pouco e pouco, batendo sempre, até ficarem no ponto. Nessa altura, leve a tigela ao lume em banho-maria. Assim que a água ferver, volte a bater as claras (sem as retirar do lume) por mais 10 minutos, aproximadamente. Retire do lume.

Entretanto, leve 1,5dl de água ao lume e dissolva nela o meio pacote de gelatina. Deite-o sobre as claras e envolva bem, com cuidado para não quebrar. Leve ao frigorífico umas horas até arrefecer.

Para preparar os chocolates, parta 100g de chocolate de cobertura em pedaços pequenos para dentro de um recipiente. Coloque-o sobre uma panela com água (de forma a que o recipiente não toque na água) e leve ao lume até a água ferver. Desligue o lume e mexa o chocolate com uma espátula de plástico até derreter - se esfriar demais, volte a ligar o lume até a água ferver de novo. Assim que o chocolate estiver bem líquido, deite-o sobre cada uma das cavidades da forma. Agite o chocolate por forma a que as paredes de cada cavidade estejam bem cobertas de chocolate. Para eliminar o excesso, vire a forma com as aberturas para baixo (de preferência sobre um tabuleiro forrado com papel de forno, para não sujar demasiado...) e deixe escorrer. Passados poucos minutos vire de novo e com a ajuda de uma faca ou de uma espátula fina retire o excesso da forma. Leve ao frigorífico até secar completamente.

Assim que estiver seco, retire as formas e o recheio de bomboca do frigorífico. Coloque o recheio num saco de pasteleiro (ou, numa alternativa mais simples, num saco de plástico de congelação ou similar; corte um dos bicos do fundo do saco e terá um saco de pasteleiro caseiro!) e esprema-o em cada um dos bombons, por forma a ocupar até cerca de 3/4 da altura do bombom.

De seguida, coloque alguns wafers de baunilha na picadora e pique-os finamente. Coloque um pouco em cada um dos bombons (para simular a bolacha final da bomboca. Finalmente, derreta os restantes 100g de chocolate de cobertura usando a mesma técnica que anteriormente e verta-os sobre cada bombom, para os 'fechar'. Deixe secar um pouco, retire o excesso de chocolate que tiver ficado à superfície da forma e, se quiser, salpique o fundo de cada bombom com mais bolacha picada. Leve ao congelador. O frio do congelador irá fazer com que os bombons se descolem da forma, sendo bastante mais fácil retirá-los. Com uma faca corte algumas imperfeições que possam ter ficado no fundo - e pronto, os bombons de bomboca estão prontos a comer!

31 janeiro 2009

Está a tornar-se um prato favorito. É leve, com os espinafres a equilibrarem os sabores fortes do tomate seco e do camarão feito no azeite picante. Até o alho, frito até ficar estaladiço, dá uma graça especial ao prato. Apenas os camarões custam a preparar – reserve uns 20 minutos para esta tarefa. Depois, tudo é simples e saboroso. O único ingrediente mais invulgar é o tomate seco – compre uma saqueta de 250 gramas numa boa mercearia ou supermercado gourmet e verá que dura semanas sem fim.

Ingredientes para 4 pessoas:
50 camarões 30/40
800 g de espinafres congelados
1 dl de azeite
6 dentes de alho grandes
6 metades de tomate seco
1 malagueta
Sal e pimenta q.b.

Preparação:

Descasque os camarões e lave. Para retirar a tripa, apoie o camarão sobre a tábua de cortar, e abra as costas com uma faca comprida, removendo a tripa com os dedos sob água corrente. Reserve as cascas e cabeças para fazer um caldo de marisco, se desejar.

Leve os blocos de espinafre congelado ao lume, com alguma água, e deixe ferver até descongelar por completo. Esmague 3 dentes de alho com a faca e pique-os finamente. Junte ao espinafre. Tempere com sal e pimenta.

Ao mesmo tempo, leve 1 dl azeite ao lume numa frigideira grande ou wok com a malagueta aberta. Esmague os restantes alhos com a faca e pique-os grosseiramente. Deite-os na frigideira até alourarem. Junte agora os camarões, salteando por uns minutos até cozinharem. Perfume com umas voltas do moinho de pimenta.

Escorra muito bem os espinafres, num passador de rede, espremendo-os com a mão. Retorne ao tacho para temperar com algum azeite cru e também com algum do azeite dos camarões.

Corte o tomate seco em juliana. Sirva em cada prato uma grande camada de espinafres e disponha os camarões e o tomate seco, regando com azeite que sobrou na frigideira. Deite fora a malagueta, mas aproveite os alhos fritos no azeite, estaladiços e de sabor intenso. Para quem gosta, claro!

Para o prato resultar, a malagueta tem de se notar bem nos camarões – tenha coragem na dose da malagueta, que isto pede sabores fortes.
Acompanhado de um vinho branco seco, fica de estalo!

27 janeiro 2009

Espanta-me chegar a pai de filhos para provar pela primeira vez uns deliciosos marmelos assados no forno. Foi no restaurante d’Avis, cozinha alentejana no Beato em Lisboa. ‘Um marmelinho assado sabe sempre bem’ disse o dono. E eu provei. Decidi tentar perceber a receita. Vinho do Porto, açúcar, canela. O dono disse que punha também vinho tinto. Confiei nele. Um homem que faz torresmos do rissol daquela maneira tem de ser boa pessoa. A receita aparece aqui já fora da época dos marmelos, mas fica para mais tarde experimentarem.


Ingredientes para 3 pessoas gulosas:

3 grandes marmelos maduros
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de café de canela
200 ml de vinho do Porto tinto (1 copo cheio)

Preparação:

Cortei a base de cada marmelo para se aguentarem em pé e furei-os com o saca-caroço, apenas até ao caroço, onde o marmelo tem uma cavidade oca. Usei a forma de bolo inglês (a rectangular, estreita e alta) e dispus os 3 marmelos grandes. Misturei o açúcar e a canela e despejei parte na cavidade dos marmelos e parte na forma. Idem para todo o vinho.

Levei ao forno por quase 1 hora. O vinho ficou com consistência de xarope. Servi em taças individuais.
 
© 2012. Design by Main-Blogger - Blogger Template and Blogging Stuff