A 3 de Fevereiro comemora-se na Nazaré o dia de S.Brás. A comemoração faz-se rumando ao monte com o mesmo nome, de preferência mascarados, e lanchando no pinhal que o envolve, assando febras e enchidos e bebendo vinho. É principalmente nesta festa que se vende uma das imagens que guardo desde a infância: as passarolas - rodelas de maçã seca presas num fio, que se usa à volta do pescoço como colar.
Como hoje tinha aqui um colar de passarolas, já quase sem as ditas, apeteceu-me fazer um prato que levasse maçã, para poder usá-las como decoração. Pesquisei e encontrei uma receita de peito de pato que resolvi adaptar. Ficou assim:
Ingredientes (2 pessoas):
2 peitos de pato
8 maracujás
1 maçã
1/2 chávena de água
1 noz de manteiga
salsa
sal
pimenta
Preparação:
Comece por preparar os ingredientes para o molho - deite a polpa dos maracujás num copo misturador e junte a água, misturando tudo muito bem. Passe num passador e reserve. De seguida, descasque a maçã e corte-a aos cubos.
Comece agora a preparar o pato - tempere os peitos com sal e pimenta, enquanto coloca uma frigideira ao lume. Assim que esta estiver quente, coloque os peitos de pato, com a pele para baixo (não é necessário utilizar nenhuma gordura, uma vez que o próprio pato liberta muita gordura). Deixe cozinhar até a pele ficar dourada e volte os peitos para cozinhar do outro lado. Deixe apenas uns minutos de cada um dos lados, até ficarem ambos dourados. Retire e reserve.
Deite fora o excesso de gordura que ficou na frigideira, volte a colocá-la ao lume e deite-lhe a maçã cortada em cubos. Deixe cozinhar um pouco e junte o sumo de maracujá, deixando ferver em lume brando durante uns minutos. Junte salsa picada.
Entretanto, corte os peitos de pato às fatias e junte-as à frigideira, deixando-os cozinhar mais um pouco juntamente com o molho. Corrija os temperos, se necessário.
Sirva com uma salada (no meu caso, salada de alface roxa, rúcola e tomates cherry, temperada com creme de vinagre balsâmico, que combina bem com o sabor agri-doce deste prato). As passarolas a decorar são obviamente opcionais...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários
Quando era miúda costuma fazer praia na Nazaré. Dessa altura recordo que existia uma ou outra vendedora com umas bagas brancas, que eu acho que se chamam azedas. Nunca mais encontrei.
Laranja, não são azedas - são camarinhas. Costumava apanhá-las por volta de Setembro/Outubro, nas estradas de pinhal que ligam a Nazaré a S.Pedro de Moel. São óptimas!!
Adoro camarinhas, embora eu e o Spadanini sejamos suspeitos. Os meus locais de apanha estendem-se por mais uns poucos kms a norte de S. Pedro de Moel.
Lembro-me de um jantar em Itália onde nos serviram uma sobremesa que tinha um raminho saído do congelador com meia dúzia de camarinhas congeladas. Aquelas esferas brancas tornaram-se um agradável contraponto ao gelado de framboesas, porque funcionaram como um gelado levemente doce, levemente amargo. Uma ideia gira.
Que prato bonito e requintado! :-)
Em S. Jacinto, na margem direita da Ria de Aveiro, em frente ao paredão norte da Barra, na outra margem, há uma reserva protegida onde abundam as camarinhas, umas brancas, outras cor-de-rosa. Contaram-me que dantes mulheres iam vendê-las nas ruas de Aveiro (tal como outras, o camarão da costa, ainda aos pulos).
Este pato deve ser bem bom, com o maracujá a personalizá-lo com muita força.
Enviar um comentário